O Trânsito nas cidades Metropolitanas em especial São Paulo deixou de ser notícia e virou Jargão.

Todos os dias quebramos recordes em cima de recordes em questão de trânsito. E com isso aumenta a nossa poluição e conseqüentemente doenças.

O pior é que o trânsito não é só de automóveis, mas também de humanos, enfrentamos super lotação em ônibus, metrô, trem e também ao andar pelas calçadas da Paulista na hora do almoço, será que chegaremos ao ponto de ter que fazer um rodízio de pessoas?

As pessoas se agridem no trânsito, nos trens nos metrôs, quem é que nunca foi testemunha disso?

O jornal O Estadão on line no dia 25/03 relatou esse caso e apontou um crescimento de 112% entre Janeiro e Fevereiro das agressões nos trens por motivo de lugar para se sentar!

Os funcionários do metrô acabam se desligando da empresa para receber apoio psicológico, e não é difícil vê-los chorando por stress segundo o que o diretor da entidade Benedito Barbosa relatou ao Jornal.

As pessoas não agüentam mais conviver com esse problema de lotação estão ficando loucas, mal educadas e agressivas.

Outro dia tivemos nos noticiários na tv uma a calamidade de trânsito de ônibus, onde uma das entrevistadas disse:

“eu saio de casa as quatro da manhã pra chegar no serviço as dez!” Desabafa desesperadamente.

Uma senhora que estava dentro do ônibus entrou em estado de choque e foi socorrida pelos bombeiros.

Também não é mais novidade ou raridade convivermos com greves, atrasos e velocidade reduzida nas linhas do Metrô, diminuindo assim a produção das empresas que sentem a falta dos funcionários que não puderam comparecer ao local de trabalho por esses motivos.

Quando eu trabalhava na Editora Caras, eu levava três horas para chegar na empresa e três horas pra sair de lá e ir para a minha faculdade (23 de maio trecho norte-sul e 9 de Julho), era simplesmente inacreditável que eu passava mais horas no trânsito de SP do que dormindo na minha casa.

A qualidade de vida dos paulistas está cada vez mais desgastante, pois nem aos finais de semana podemos nos locomover ou achar um lugar para estacionar o carro no Ibirapuera, e se deixá-lo à deriva nas ruas ao redor, enfrentamos o desconforto de sermos abordados por flanelinhas.

Qual será a saída mais breve para uma cidade que não pára de crescer?

Eu acho linda a história de termos ciclovias, porém quem garantirá a minha segurança e a da minha bicicleta por todo o caminho que eu percorrer? Já pensou?

E sinceramente não espero muito resultado de uma linha de metrô que joga nosso dinheiro pelo buraco e prejudica os vizinhos mais próximos.

Também não espero que seja construída novas ferrovias, pontes, estradas etc, pois isso levaria pelo menos oito anos.

A solução mais rápida será uma mudança de comportamento das empresas/pessoas.

Nesse momento o melhor é contarmos com a ajuda da tecnologia.

Imagine o que faríamos com seis horas a mais no dia?

Sim, isso é possível se todos nós migrássemos para a Internet excluindo quem trabalha com produção ou quem realmente precisa estar presente no ambiente de trabalho.

Por exemplo, um publicitário que trabalha com comunicação, redação, desenho, planejamento, marketing não tem a necessidade de se locomover para o serviço, pois lá ele só vai sentar na frente do computador para desenvolver esses trabalhos... Então pra que enfrentar seis horas de trânsito? Pra ficar à frente de um computador! Ele pode muito bem desenvolver o trabalho todo na sua casa ou em algum outro lugar de sua preferência e ali se comunicar com os colegas via conferência, Voip ou telefone.

Além de melhorar a qualidade de vida e o rendimento desse funcionário a empresa também diminuíra as despesas como o que ela gasta em estrutura só para por cadeiras e computadores de todos seus funcionários. Muitos profissionais e profissões não necessitam de locomoção, dá para se resolver tudo via conferência e streaming.

Algumas empresas já estão adotando esse comportamento à passos vagarosos, isto é, em alguns serviços, pelo menos estão experimentando essa experiência, obtendo excelentes resultados e ainda planejam ampliações.

Por exemplo, na Universidade Anhembi Morumbi quando seus alunos chegam no semestre em que tem a opção de escolher a sua matéria eles também podem escolher fazê-la on line, não é lá muita coisa, não tem vídeo aulas ou aula ao vivo via streaming, mas já é um grande passo e me poupa de locomoção, trânsito e gastos nas sextas-feiras.

Outro exemplo é o funcionário de vendas e suporte da WEG Willians Vieira.

“ ganhei notebooks e pendrives da empresa, resolvo quase tudo pela Internet da minha casa, só saio se algum cliente necessitar suporte técnico para as máquinas, e a empresa só se encarrega de me chamar para essas visitas pessoais se o cliente é da mesma região em que moro”

Mais alguns exemplos podemos ler na Info desse mês.

O Treinador Marco Oliveira, treina e monitora seus atletas da China e Espanha sentado num banquinho do Parque Ibirapuera através do seu notebook conectado à banda larga.

Na Dow Química 60% dos seus funcionários na maior parte do tempo estão em casa ou nas ruas “não quero funcionários presos à mesa” afirma Domingos Sávio Zuliane, CIO da empresa.

Um último exemplo, porém não posso citar nomes, é de uma amiga minha que tem um servidor junto com outros sócios, ao perguntar-lhe sobre como ela se reúne com os sócios ela me responde:

“Nós resolvemos tudo pela Internet, reuniões pessoais só de seis em seis meses”.

Problemas como trânsito, locomoção e emissões de gazes danosos na atmosfera são só alguns dos inúmeros problemas que podemos resolver com uma simples mudança de comportamento.

Essas são algumas das provas de que não necessitamos mais de contatos pessoais para poder fazer uma empresa progredir, o único problema é se as pessoas e as empresas se adaptarão a essa mudança, mas de acordo com o caos nas ruas, gastos desnecessários das empresas, a necessidade de melhorar a qualidade de vida e o nosso sofrimento cotidiano nos fará mudar rapidamente.